Leitura Dinâmica – a Leitura da Era do Conhecimento

Escrever, hoje, sobre a importância da leitura é perder tempo. Porém, discutir a respeito do como e do porquê tantos leitores reclamam do exercício da leitura é altamente relevante.

Como seria a vida dos estudantes e profissionais caso pudessem multiplicar por 5 ou 8 a sua qualidade de leitura? Quantos estão realmente dispostos a se submeter a algumas horas de treino para mudar os paradigmas de leitura? O que é lenda e o que é realidade no tocante às estratégias modernas de leitura? Por que lemos da maneira que lemos? É um limite da mente humana ou uma limitação imposta pela maneira como fomos ensinados a ler?

A década de 90 ficou conhecida como a década do cérebro. Porém, a grande maioria dos profissionais da era do conhecimento lê silabicamente, em grande parte por duvidar de que é possível fazer diferente. Demoram de 15 a 20 horas para ler um livro de 300 páginas e de 3 a 5 horas para ler uma revista semanal.

A Técnica da Leitura Dinâmica já está no Brasil desde 1960. No entanto, a tecnologia utilizada até meados da década de 90 para desenvolver a Leitura Dinâmica não era muito animadora. Dispomos hoje de recursos tecnológicos capazes de em 30 horas melhorar a qualidade de leitura em, pelo menos, 5 a 8 vezes. Leitura é uma habilidade mental humana. Tal como outras inúmeras habilidades que desenvolvemos ao longo da nossa vida – dirigir, andar, conversar, negociar, usar o computador, fluência em línguas estrangeiras, etc.

França, final do século XIX(1839-1907) Emule Javal, pesquisador e diretor do Laboratório de Oftalmologia da Sorbone teve complicações oculares e ia ficar cego. Diante desta realidade pesquisou os mecanismos oculares da leitura. Em sua principal obra Physiologie de la Lecture et le L´Escriture, concluiu que a abertura ocular humana permite identificar várias palavras por ponto de fixação. E, naturalmente, começou a treinar a sua mente a quebrar este modelo de percepção visual escrita.

Estados Unidos, a professora Evely Wood(1927-1979) ao perceber que havia leitores mais rápidos em sua época e também em épocas passadas, começou a investigar a maneira como tais leitores captavam as idéias através da leitura. E em torno de 1955, após constatar pontos em comum entres os leitores que tinham além de maior velocidade, compreensão mais apurada, elaborou um método próprio. Com bases científicas, criou uma estratégia que provocou uma melhora na leitura entre 5 a 8 vezes do que a grande maioria que se limitava a ler por sílabas. E em 1959 fundou em Washington o primeiro Instituto Americano de Leitura Dinâmica.

A Leitura Dinâmica, a partir daí, tem se propagado pelos mais diversos continentes, adaptando-se às mais variadas culturas e línguas. De modo que temos hoje muitas escolas de Leitura Dinâmica e também métodos diferentes na arte de ler dinamicamente. Alguns usam as mãos como auxiliares; outros se utilizam de um visualizador e outros apenas orientam os olhos sobre as linhas para captar as informações. O que há de comum entre as diferentes maneiras é o resultado – captar o raciocínio, as idéias. As diferenças entre esses métodos estão nos instrumentos e nas estratégias de que fazem uso para chegar à habilidade da Leitura Dinâmica. Mas, todos buscam uma e mesma coisa: compreender o máximo em tempo mínimo.

A grande maioria dos leitores aprende a ler pelo método silábico/fonético entre os 6 ou 7 anos. Os métodos de marcha sintética adestram a mente a reconhecer sílabas: bo – la – me – ni – no, que formam palavras e estas, por sua vez, formam as idéias: a bola é do menino. O método silábico/fonético prioriza a automatização dos mecanismos de reconhecimento das sílabas e dos seus sons respectivos, para só então começar a identificar o sentido do que está lendo.

Desde o final do século XIX na França já se houve falar de um tal método global de leitura. Usa-se o hemisfério direito e não, predominantemente, o hemisfério esquerdo que é digital e que necessita dividir para entender. Ler é predominantemente um processo de reconhecimento. A maneira mais rápida de reconhecer é através do hemisfério direito que é analógico. Ler, portanto, não é soletrar sílabas, para formar palavras – mas reconhecer e processar idéias.

Exemplicando:

Somos o que pensamos todos os dias

ou

Somos o que pensamos todos os dias

A mudança de paradigmas em leitura está baseada em três descobertas sobre a mente humana:

. a teoria da gestalt – foi criada em 1930 por Wertheimer, Köhler e Koffka. Segundo esta teoria a compreensão de qualquer nível de informação é facilitada grandemente mediante a maneira como ela nos é apresentada.

O ser humano processa melhor as informações percebidas como complementares entre si e enquanto partes lógicas de uma forma mais ampla. A mente usa critérios como proximidade, semelhança, movimento, boa continuação, destino comum para realizar encaixes das partes integrantes do todo.

A leitura é basicamente uma atividade perceptiva visual. Um texto é, via de regra, uma seqüência lógica de palavras e estas formam uma seqüência lógica de idéias. É perfeitamente possível fazer a gestalt – identificar a boa continuação – relacionando as palavras enquanto partes complementares das idéias e estas, enquanto partes integrantes do conteúdo do texto (meta-cognição). Muitas escolas primárias já provaram que isto é possível alfabetizando através do método global.

. a teoria da percepção – afirma que a abertura da captação visual está bem próxima de 180º – o campo visual. E que para haver a captação das informações, é necessário o envolvimento concomitante dos olhos e da mente e ter destreza na identificação – a acuidade perceptiva visual. A teoria da percepção está diretamente ligada à teoria da gestalt.

. a teoria das especificidades dos hemisférios cerebrais – esclarece sobre a predominância das funções dos Hemisférios Esquerdo e Direito. Dentre inúmeras funções de cada hemisfério ressaltamos aquelas que esclarecem os nossos objetivos. O leitor silábico usa predominantemente o hemisfério esquerdo: busca informações através da digitalização mental; tenta dividir para compreender; procura captar linearmente as informações. Enquanto que o Leitor Dinâmico usa predominantemente o hemisfério direito: processa as informações por comparação; identifica pela forma; procura unir para compreender e processa do todo para as partes.

Alguns acreditam que precisam apenas da teoria e que, como num toque de mágica, tornar-se-ão leitores dinâmicos. Teoricamente podemos muita coisa. Por exemplo, o estudante de direito sabe como ser advogado; o estudante de medicina sabe como ser médico, mas nem um, nem outro tem habilidade em advocacia e medicina, respectivamente. A diferença que faz a diferença é a habilidade. Pois aprender, não é apenas saber que é possível, mas é tornar possível a si mesmo.

A técnica está para o Leitor Dinâmico, como o saber dirigir está para o hábil motorista. Este não mais tem consciência dos mecanismos – a mente ocupa-se conscientemente apenas com o trânsito. Assim é o hábil leitor, está totalmente focado no conteúdo do seu texto. Todos os mecanismos da leitura dinâmica ocorrem automaticamente.

Perguntas dos céticos em Leitura Dinâmica

. “se eu ler dinamicamente não perderei a beleza, a estética das obras literárias?”

. “ não estarei correndo o risco de perder informações relevantes, se eu ler tão depressa?”

A experiência mostra que o leitor, corretamente treinado, sabe dosar o grau de velocidade de acordo com o grau de dificuldade do texto ou quando pretende absorver características peculiares das obras.

E quanto ao risco de perder partes significativas dos textos? O Leitor Dinâmico caracteriza-se por ser ativo, ter alto poder de concentração, excelente acuidade perceptiva visual – qualidades que lhe possibilitam uma melhora significativa na qualidade de leitura. Os testes provam que os Leitores Dinâmicos melhoram expressivamente o grau de captação das informações.

Descubra que tipo de leitor você é.

. motor – todos os leitores que fazem uso do aparelho fonador: a laringe, as cordas vocais, a língua e os lábios. Trata-se da grande maioria dos que foram alfabetizados pelo método silábico – 90% dos leitores. Para verificar se é leitor motor, pode-se, enquanto lê, mascar chicletes, contar 1,2,3,4,5…, cantarolar, nestes casos a compreensão fica prejudicada. Em um teste de leitura, os leitores tipo motor lêem em torno de 120 a 170 palavras por minuto com uma compreensão de 60% a 70%.

. auditivo – têm necessidade de repetir mentalmente a palavra que está lendo – intro-audição: conseqüência da alfabetização silábica. A criança foi treinada a ler em voz alta. A mente condicionou o sentido da palavra à audição interna de seus sons respectivos. Para constatar se depende dos sons para entender o que lê – enquanto estiver lendo – repita mentalmente outras palavras, tais como bússola, satisfação, etc, cantarole, acompanhe conversas paralelas, etc., outra maneira de constatar é aumentar a velocidade de leitura para além de 600 a 800 palavras por minuto – nestes casos a compreensão cai consideravelmente. Os leitores tipo auditivo lêem a uma velocidade em torno de 170 a 450 palavras por minuto e compreendem cerca e 70% a 80%. Corresponde a cerca de 9% dos leitores.

. visual – as informações vão do texto para a mente passando apenas pelos olhos: conseqüência do aprimoramento da concentração, da acuidade perceptiva, da visão periférica e do desenvolvimento do padrão global de compreensão. São os leitores ativos e que apresentam dinamicidade ao absorver as informações dos mais variados textos – por isso mesmo, são conhecidos como Leitores Dinâmicos. Lêem desde 600 a 3.000 palavras por minuto com um grau de 80% a 90% de compreensão. Principais Diferencias do Leitor Dinâmico Leitor Dinâmico

. leitura sistêmica: processa pela visualização de grandes áreas de reconhecimento, nas quais são percebidas palavras-chave, idéias básicas ou principais;

. reconhecimento imediato: envolve apenas o texto, os olhos e a mente; não necessita ouvir internamente para entender; reconhece imediatamente as palavras e capta o novo significa decorrente do seu novo ordenamento;

. possui concentração aguçada: como conseqüência da velocidade com que as informações chegam à sua mente; analogicamente tempos – quando o motorista tem necessidade de maior concentração a 160 k/h ou a 80 k/h?

. não faz o retrocesso: este hábito é sumariamente interrompido, pois cria a dependência de uma Segunda leitura para haver a compreensão;

Leitor Silábico

. leitura fracionada: foi habituado a captar sílaba após sílaba até entender a frase; submete a velocidade de leitura à velocidade da fala e da repetição mental;

. monótona/exaustiva: a mente humana decodifica milhares de informações por segundo. O modus operandi do leitor silábico limita a velocidade da mente humana drasticamente;

. convite à distração: a grande ociosidade do cérebro leva à divagação; o processo da leitura é muito lento dando margem a busca de ocupações paralelas – as interferências mentais;

. faz o retrocesso: retorna sobre as linhas já percorridas devido à forte dispersão.

Prof. Alcides Schotten Site: www.methodus.com.br Diretor executivo Methodus Graduado em Filosofia e Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Aprimora, por ano, de 800 a 1.200 pós-graduandos, universitários, vestibulandos e concursandos, bem como profissionais liberais.

Suzete é Naturopata, Iridóloga e Instrutora dos Exercícios Visuais. Autora do livro: Cuide de Seus Olhos

Contato: suzete@saudeintegral.com

Sites: www.saudeintegral.com, www.iridologiasp.com.br e www.metodobates.com.br

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